O jogador de futebol Pablo Horacio Guiñazu, argentino
nascido em 26 de agosto de 1978, no povoado de Córdoba, iniciou sua carreira
profissional em agosto de 1996. Como todo jogador, seu maior desejo era uma
carreira de sucesso, feita de vitórias, taças e prestígio. Mas o que o destino
lhe proporcionou não foi o que o bravo Pablo Horacio esperava, os clubes que
defendeu eram, em sua maioria, pequenos e até mesmo em seu país de origem sua
atuação foi curta e sem nenhuma valorização.
Com passagem por times da Argentina, Itália, Rússia e Paraguai, Guiñazu não
obteve o reconhecimento nem os títulos que almejava. Aos 11 anos de carreira,
havia conseguido apenas dois títulos, em 2002 pelo Clube Atlético Independiente da Argentina, e em 2006 foi campeão paraguaio com Club
Libertad. E ainda assim, Pablo continuava fadado ao anonimato na história do
futebol.
“El Cholo”, como também é chamado, encontrava-se em uma situação
crítica como jogador, pois sua carreira já tinha a essa altura, pouco tempo de
duração e os seus sonhos ainda eram grandes demais. Era necessário que o
volante tomasse alguma atitude para mudar a sua história de tão poucos méritos.
Sem perder a esperança, com muita determinação e sua singular bravura, Guiñazu
não desistiu da luta em busca de seus objetivos e de oportunidades para
alcançá-las.
Até que, em 2006, aconteceu o que mudaria a vida e a carreira do
jogador. Durante a Copa Libertadores da América, jogando pelo paraguaio
Libertad, Guiñazu conheceu o Gigante da Beira Rio, e o Sport Club Internacional
de Porto Alegre conheceu “El Cholo Loco”. Em 2007, veio a proposta: o Clube Colorado, recém saído vitorioso da Copa Libertadores, desejava ter Guiña no seu
elenco. E o jogador, já com 29
anos, muitos sonhos e pouco tempo para realizá-los, não teve dúvida ao
aceitar. O que essa oportunidade trouxe
foi muito além do que o argentino, o time que o contratava e sua torcida
imaginavam.
Por ter como características mais marcantes a garra, a forte marcação e
uma intensa e incansável movimentação em campo, Guiñazu é titular absoluto do
maior clube do Rio Grande de Sul desde o momento em que estreou, em 05 de
agosto de 2007. Chegando a receber, em 2009, a braçadeira de capitão do time como
reconhecimento. E em apenas três anos, participou de nada menos que seis
conquistas, que tornaram o Internacional e o aguerrido Pablo Horacio em
Campeões de Tudo. Com a intensa participação do jogador, o time de Porto Alegre
alcançou todos os títulos que um clube de futebol pode conquistar, com a clara
exceção do Campeonato da Segunda Divisão e da Taça Sul Minas, que se recusa.
Dentro desses títulos alcançados por Guiñazu, estão a Copa de Dubai (2008), a
Copa Sul-americana (2008), sendo o clube, o único time brasileiro a vencer, três
taças do Campeonato Gaúcho (2008, 2009, 2011), a Copa Suruga (2009) e o
angustiante e inesquecível bicampeonato da Libertadores da América, conquistado
em 2010.
Com 186 partidas jogadas e apenas quatro gols marcados, Guiñazu não
deixa de ser um jogador essencial no time e o maior ídolo da torcida. O momento
mais marcante da sua carreira foi a conquista de seu primeiro grande título, a
vitória da Copa Sul-Americana de 2008. Ainda assim, restaram sonhos: a taça de
um campeonato brasileiro e o bicampeonato mundial em Abu Dhabi , em dezembro
de 2010, além do desejo de permanecer no Internacional, até encerrar sua
carreira, clube que, segundo o próprio argentino o acolheu, apostou na sua
capacidade e deu-lhe a chance de títulos e carinho.
Mesmo com uma
história de anonimato, Guiñazu não se intimidou, desistiu de suas metas e lutou
bravamente para atingi-las. O “Pelejador dos Pampas”, como é chamado pela
torcida que o admira intensamente, foi atrás do que acreditava (e por si
mesmo), e não descansou até alcançar a oportunidade de mudar sua história, que
de insucessos passa a ser de vitórias continuas. O guerreiro Guiñazu não
conseguiu transformar apenas sua vida, mas também a vida de mais de 100.000
pessoas que acreditavam na sua determinação, força de vontade e insistência
pelo que se deseja.